Falta apenas a resposta positiva de um patrocinador (petrolífera nacional) para que Armindo Araújo concretize o sonho de uma vida. Após a conquista do bicampeonato mundial de produção, o piloto de Santo Tirso está a um pequeno passo de entrar no WRC (Campeonato Mundial de Ralis).
«É um sonho. Trabalhei para isto toda a vida. Este é um projecto mais abrangente, nacional. Portugal pode ter um piloto permanente no WRC, com perspectivas de trazer bons resultados, dado o historial», disse o piloto.
Assim que tiver o decisivo patrocínio confirmado, Armindo Araújo assume o volante de um Ford ou de um Mini, as duas equipas que estão interessadas nos seus serviços. Uma escolha que «tem mais a ver com a posição futura, e não tanto com o ano de 2011». O piloto quer abraçar um projecto a longo prazo, que lhe permita depois lutar pelo título mundial. «Queremos mostrar que nada se faz de um dia para o outro. As coisas têm de ter sólidas bases, caso contrário pode tudo desabar. Com tempo e com uma equipa com um carro para lutar, penso que é possível. É o desafio mais difícil da minha carreira. Temos de ter a sorte de estar no sítio certo à hora certa», explicou.
Participar no WRC custa cerca de 3,5 milhões de euros, sendo que os testes são a «grande variável nos orçamentos». «Há projectos mais caros e outros mais baratos. Depende da qualidade, da quantidade de testes. Há pilotos que têm testes todas as semanas, outros uma vez por mês, e outros só antes das corridas», explica o bicampeão mundial de produção.
Caso consiga chegar ao WRC, Armindo Araújo avança para um programa reduzido, que não pressupõe a participação em todas as etapas. A primeira prova (Suécia, de 12 a 14 de Fevereiro) está desde logo descartada. Mas para que tudo isto se concretize é preciso aguardar pela resposta positiva que falta. O sonho está perto, e até já motivou algumas campanhas de apoio nas redes sociais, com pedidos para que o patrocínio avance. Armindo Araújo agradece as mensagens de incentivo que tem recebido, mas não quer qualquer tipo de polémica, pelo que nem sequer assume o nome da empresa. «Mantenho-me neutro em relação a petições e isso. Mas quero que os meus fãs saibam que trabalho dia e noite para chegar ao WRC. Agradeço todas as mensagens. Noto que Portugal quer muito este projecto, e que a comunicação social tem apadrinhado este projecto. Vou tentar dar o máximo retorno», declarou, durante uma cerimónia associada a uma empresa de comunicações que o patrocina há já algum tempo, e que já mostrou disponibilidade para apoiar a entrada no WRC.