A expulsão do defesa central brasileiro Kaká, da Académica, no jogo com o Sporting de Braga é um excelente exemplo dos vícios da arbitragem portuguesa.
O lance descreve-se com facilidade. O árbitro considerou que Kaká cometeu uma falta a meio-campo. A decisão é muito discutível e o defesa agitou os braços, indignado. Olegário Benquerença sentiu-se ofendido, sacou do amarelo e como era o segundo, a Académica ficou com dez, a 33 minutos do fim.
Este é o campeonato em que os árbitros fecham os olhos a entradas violentas, indignas, capazes de lesionar gravemente quem as recebe. Este é também o campeonato onde os árbitros expulsam jogadores por agitarem os braços.
Esta falta de bom senso de um árbitro é mais grave por estarmos no final da prova, onde decisões deste tipo têm influência directa no futuro das equipas.
Que a figura desta história infeliz seja um árbitro internacional, da elite da UEFA, é ainda mais grave. Afinal, ele devia dar o exemplo.
Infelizmente, acho que esta geração de árbitros está a perder a oportunidade de se fazer respeitar. Finalmente protegida, com um presidente experiente e capaz, parece mais interessada em discutir o preço dos quilómetros do que em empenhar-se no que realmente interessa. E é pena.
P.S. : Já agora fica outra nota: como foi possível João Vilas Boas não ter visto, em Setúbal, uma falta para grande penalidade de Olberdam sobre Varela? Há coisas inexplicáveis, capazes de fazer perder a paciência até a quem defende que o erro do árbitro faz parte do jogo. Convém é não confundir erro com incompetência.