O presidente do Conselho de Arbitragem (CA), Vítor Pereira, admitiu, nesta quarta-feira, que houve algumas «desconformidades» nas avaliações dos árbitros. Muitos juízes portugueses impugnaram a classificação, conforme o Maisfutebol noticiou a 7 de junho. O dirigente assegurou que «foram feitas todas as correções [às classificações]» e que estas «serão tornadas reais o mais breve possível».

Vítor Pereira começou por afirmar, na Sport TV, que «O CA reconhece que, neste processo, ocorreram algums desconformidades que foram notadas e lideradas pelo CA».

De acordo com o dirigente, o Conselho de Arbitragem «recolheu toda a informação que os árbitros passaram» ao órgão e que «essas desconformidades estão resolvidas».

O responsável pela arbitragem na federação acrescentou: «Queremos encontrar soluções para no futuro termos este processo feito com mais clareza e mais justiça. Gostava que ficasse claro que a leitura que foi feita é indiscutível do ponto de vista jurídico. As avaliações foram feitas de forma rigorosamente igual para todos os árbitros e eles souberam de todos os dados. Foi um processo do mais transparente na Europa.»

O aumento de jogos que o surpreendeu

Ora, uma vez que houve irregularidades, o quadro classificativo será alterado? «A classificação que saiu da primeira categoria [árbitros e árbitros assistentes] teve algumas desconformidades, dados aritméticos que não estavam corretos. Os árbitros foram dando essas indicações. Fizemos todas as correções e serão tornadas reais o mais breve possível», garantiu Vítor Pereira.

Vítor Pereira assumiu que não estava à espera do que aconteceu em relação ao número de jogos que os árbitros realizaram, o que influenciou a classificação. «É de facto verdade. Mas fomos todos surpreendidos. O CA, a APAF.»

O dirigente argumentou: «A II liga passou de 200 jogos para mais de 400. Passámos de 535 para cerca de 800 jogos nas ligas profissionais. Isto fez com que árbitros que faziam uma média de 25 jogos passaram a fazer em média 12 a mais. Quando houve aumento dos quadros, já tínhamos as normas de avaliação em vigor. Ninguém percebeu o impacto que esta alteração ia ter. Se tivéssemos percebido, tínhamos alterado. Por isso mesmo já tomámos medidas, já demos conhecimento à APAF. Vamos alterar a fórmula, de modo a que o peso do número de jogos não tenha incidência. O peso tem de ser igual.»

«Alterações nas classificações serão mínimas»

Assim, o presidente do Conselho de Arbitragem fez mea culpa em relação a esta matéria. «Enquanto responsáveis não declinamos responsabilidades. Temos sempre de assumir a responsabilidade dos processos», disse.

Outros dos fatores que influenciaram a classificação foi o nível atribuído a cada jogo. «O Conselho de Arbitragem pode acabar com os grau de dificuldades», ainda que a avaliação dos árbitros terá sempre por base três pilares: «Os jogos, a condição física e os testes teóricos. São estes que são usados e preconizados pela UEFA.»

Questionado sobre as correções na classificação podem destronar Jorge Sousa, árbitro do Porto, no do primeiro lugar, Vítor Pereira declarou: «Acredito que as alterações serão mínimas, ou insignificantes, quer no topo, quer na parte de baixo.»