Hugo Miguel e Marco Ferreira são os novos árbitros internacionais do futebol português, e receberam nesta terça-feira as insígnias da FIFA, em cerimónia realizada na sede da Federação Portuguesa de Futebol. Substituem João Ferreira (atingiu o limite de idade) e Bruno Paixão (despromovido por questões regulamentares, relacionadas com a classificação).
Mas a lista de «reforços» não fica por aqui. Inclui ainda Maria João Freire e Olga Almeida no futebol feminino e António Almeida e José Gomes no futebol de praia. Este último é, de resto, o atual presidente da APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol).
No total são agora 29 os árbitros portugueses com insígnias da FIFA, um novo recorde. Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, falou por isso num «dia muito importante para a arbitragem» nacional. O dirigente referiu-se a 2012 como um «ano inesquecível» para o setor, por força da presença de Pedro Proença na final da Liga dos Campeões e do Euro2012, mas referiu ainda que 2013 «começa da melhor forma, com um máximo histórico de internacionais». «É mais um marco da arbitragem portuguesa, que mostra que o trabalho que tem sido desenvolvido é o mais adequado», reforçou.
Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, destacou a «irrepetível época de 2011/12», que «ficará para a história». «Mas esperamos que seja o início de uma nova época», acrescentou o ex-árbitro, que manifestou o desejo de ver árbitros portugueses em todas as grandes competições, e a esperança de chegar às três dezenas de internacionais.
«Novatos» orgulhosos
Marco Ferreira chega a internacional com 35 anos, e é batido apenas por Artur Soares Dias (33), no que diz respeito à juventude entre os árbitros principais. É o único representante da Associação de Futebol da Madeira.
«Quando somos novos temos sempre sonhos utópicos. Queria fazer uma caminhada correta até à primeira categoria. Ao chegar lá tive de reformular os meus objetivos, e pensar em ser internacional. É um sonho alcançado. Espero que motive a arbitragem madeirense», afirmou.
Marco Ferreira assumiu que o novo estatuto «dá maior visibilidade», mas defendeu que «a responsabilidade é a mesma». «Espero agora dar passos do tamanho da minha perna. Sou um estagiário internacionalmente. Mas espero, daqui a uns anos, chegar ao patamar do Pedro [Proença]», acrescentou, quando questionado sobre o brilhante desempenho do colega em 2012.
O árbitro madeirense falou ainda dos elogios que recebeu pelo desempenho no Sporting-Benfica, defendendo que «todos os jogos são importantes». «É um jogo mais mediático, mas a preparação foi a mesma», afiançou.
Hugo Miguel, outro dos «novatos», mostrou-se «muito honrado» por receber a insígnia da FIFA. «Aumenta a responsabilidade, para dignificar a arbitragem portuguesa», afirmou o árbitro lisboeta, que falou do «prazer» de acompanhar Pedro Proença na sua época «praticamente irrepetível».