Foi apresentado, nesta sexta-feira, o Anuário das Finanças do Futebol referente à época 2005/06. O estudo, elaborado pela empresa Deloitte, traça um cenário cinzento da situação económica dos clubes profissionais de Portugal. O anuário será distribuído neste sábado através do jornal «A Bola».
Na cerimónia de apresentação, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Hermínio Loureiro, prometeu contribuir para «mudar a maneira de olhar para este negócio». «A produção assenta em dois pilares, formação e prospecção de talentos. Somos um futebol com vocação exportadora, uma montra com enorme qualidade», começou por explicar.
«Esse caminho, de controlo de despesa, arrancou, mas isso ainda não chega. A subida de custos parou. O desafio, agora, é de receita. Temos de ser capazes de garantir novas receitas, com mais credibilidade, mais jogos, mas público e mais regras nas transmissões televisivas. A par de tudo isto, é vital conseguir melhorar a produtividade das nossas equipas, atingir a sustentabilidade de um futebol que tem importância estratégia para o nosso país», acrescentou.
Hermínio Loureiro lembrou que os resultados apresentados, referentes à época 2005/06, são anteriores à sua tomada de posse: «Tenho a certeza que de hoje a um ano os primeiros resultados do nosso caminho estarão a vista»
«Há algumas realidades escondidas», diz o secretário de Estado do Desporto
Laurentino Dias, Secretário de Estado da Juventude e Desporto, foi convidado para deslocar-se à sede da Liga de clubes, no Porto, e comentar a apresentação do anuário. «Entendo que na minha área de acção esta matéria também deve estar em cima da mesa. Ainda há poucos dias participei numa conferência na Alemanha, com o simples títulos: futebol, muito mais que um jogo, muito mais que um negócio. As contas não são fáceis de fazer, não são sequer ainda rigorosamente reais. Há algumas realidades escondidas. Tenho de saudar a disponibilidade plena da Liga para discutir e encontrar boas soluções para rentabilização, sustentabilidade e dignificação do fenómeno desportivo», referiu.
«Ontem, foi aprovada em Conselho de Ministros a criação do Conselho Nacional do Desporto, que sucede ao Conselho Superior do Desporto. Uma das minhas primeiras questões a esse órgão será esta: temos uma realidade desportiva com cerca de 15 anos que se divide entre futebol, andebol e basquetebol. Temos de nos debruçar sobre esse assunto, estudá-lo. Este quadro actual, não sendo brilhante, deixa alguns sinais de confiança», concluiu Laurentino Dias.
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