Anselmo rescindiu contrato com o Estrela da Amadora, e os motivos são aqueles que estão à vista de todos. Os vários meses de salários em atraso levaram a que o avançado decidisse colocar um ponto final na ligação ao clube, para começar a pensar numa nova etapa para a carreira.
A despedida é feita com tristeza, depois de quatro anos passados na Reboleira, mas também com a convicção de que não havia outra solução. «O Estrela não tem culpa das pessoas que tem à frente», lamenta, em declarações ao Maisfutebol. «Acho estranho que um clube esteja tanto tempo sem cumprir as suas obrigações e o presidente continue», adianta ainda.
Com a época a chegar ao fim, e sem possibilidade de realizar o último jogo, em virtude de estar castigado, o avançado entendeu que estava na altura de avançar para a rescisão. «Não valia a pena continuar ligado ao clube. Tenho de olhar para outras perspectivas. Era impossível continuar no Estrela, pois não há garantias que o clube se consiga inscrever na próxima Liga», justificou.
Os problemas financeiros do Estrela da Amadora não surgiram apenas no último ano, mas desta vez o incumprimento salarial atingiu o plantel logo ao primeiro mês de trabalho. «É impensável e absurdo. O presidente disse que era por causa das penhoras, mas os jogadores não têm culpa disso. Deviam existir soluções. Quando se fecha uma porta tem de se abrir uma janela», defende, na conversa com o Maisfutebol.
Anselmo gostava que «tudo se resolvesse», mas também está pessimista em relação ao futuro do Estrela da Amadora. Os jogadores garantiam a permanência dentro de campo, mas a realidade futura pode ser outra. «Por um lado os clubes incumpridores não deviam continuar nas competições profissionais, por outro lado os jogadores não têm culpa da gestão. Os clubes cumpridores devem ser beneficiados», assume.
A decisão de Anselmo abre a porta para a possibilidade de mais rescisões no Estrela. Os jogadores que estão em final de contrato são livres para decidir o futuro, mas aqueles que ainda têm vínculo devem avançar para uma decisão unilateral. «É normal. Se o Estrela não tem garantias que vai inscrever a equipa na Liga, os jogadores vão procurar outros clubes. Falta um jogo, e por isso é provável que na próxima semana surjam mais rescisões», explica Anselmo.