O site pele.net chamou-lhe «o primeiro amistoso "caça-níquel" da era Dunga», enquanto a Confederação Brasileira apelidou o encontro de particular com a selecção do Kuwait. Pois bem, os media locais cedo perceberam que, afinal, aquela equipa tratava-se ou do Kuwait SC ou, na melhor das hipóteses, de um combinado de jogadores locais. Certo é que a promessa de realizar este jogo estava feita desde Novembro, após o pagamento de um milhão de dólares.
O resto já é mais ou menos conhecido. A selecção de Dunga goleou (4-0), mas a exibição foi tão sofrível que quem assistiu pela televisão diz que foi difícil encontrar concentração para permanecer em frente ao ecrã durante os 90 minutos. Ronaldinho Gaúcho voltou a desiludir e o treinador queixou-se da falta de golos. A situação agrava-se porque do outro lado estava apenas um combinado de atletas locais, tal como escreveu o Globo: «A CBF divulgou como se a partida fosse contra a selecção do Kuwait. Porém, o Brasil enfrentou um clube local com o reforço de alguns jogadores de outras equipas».
Resta saber se Helton poderá contar mesmo a sua primeira internacionalização pela selecção brasileira, dada a confusão gerada, e não se sabe se o encontro foi contabilizado pela FIFA. Numa rápida consulta ao site do órgão que tutela o futebol mundial aparece o jogo entre as selecções dos dois países... mesmo que os clubes que fornecem os jogadores não tenham reconhecido este encontro como oficial. Aliás, o próprio Dunga suplantou as leis mais básicas, efectuando oito substituições, quando só são permitidas seis.
Alheios a tudo isto, os responsáveis locais não deixaram de fazer a festa, comemorando o 45º aniversário do Kuwait Sports Club antes do início do encontro, atrasando-o em dez minutos.