Um regresso com sabor agri-doce. Nestor Alvarez voltou a jogar, logo no Dragão, depois de um período de ausência de dois meses em consequência de uma tendinite, e até fez o gosto ao pé para assinalar devidamente a ocasião, cumprindo aquilo que prometera durante a semana: marcar ao F.C. Porto. Seria uma noite perfeita para o avançado colombiano se não fosse o golo de Pepe, que ditou a derrota dos «estudantes».
«Senti-me feliz por ter marcado e, ao mesmo tempo, triste pelo resultado. Penso que foi um bom momento, apesar de ter sido insuficiente para ajudar a equipa», lamenta o camisola 99 da Académica, que não hesita em apontar o dedo a Paulo Paraty: «Mostrámos que também éramos capazes de marcar ao F.C. Porto e jogar taco-a-taco. Só foi pena que o árbitro tenha, como acontece normalmente, optado por proteger a equipa grande. No primeiro golo deles, por exemplo, o Quaresma domina a bola com a mão.»
Nestor revela que «preferia ter perdido por 5-1», mas devido a erros próprios da sua equipa, do que por causa de «falhas de terceiros». «No lance do 2-1, a culpa é nossa, porque descurámos a marcação ao Pepe. Vamos ter de trabalhar melhor as situações de bolas parada», defende, relativizando o mérito que teve ao conseguir marcar logo na primeira oportunidade de que dispôs: «A eficácia é uma das minhas características¿»
Cimentar a carreira
Habituado a jogos quentes na Colômbia, o ex-jogador do Tolima apreciou o ambiente na sua estreia em Portugal frente a um «grande» e deixou-se levar pelo desejo de um dia dar o salto, justamente, para a Invicta: «Não foi nada que me deixasse surpreendido, por que já joguei com 50 ou 60 mil pessoas a assistir. O Estádio do Dragão é lindo e faz sonhar qualquer jogador. É nesta alturas que damos asas à imaginação e eu não escondo que gostava de representar um dos grandes. Tenho alguma inclinação para o F.C. Porto porque já o conhecia desde que bateu uma equipa do meu país, o Once Caldas, para a Taça Intercontinental.»
Para já, Nestor só pode mesmo sonhar. O primeiro golo na Liga deu-lhe ânimo para ajudá-lo a cimentar a sua carreira ao serviço da Académica e atenuar as saudades da família. O próximo passo é assegurar a titularidade. «Vamos com calma. Estou sozinho em Portugal e isso não me permite trabalhar com a tranquilidade que desejaria. Mas estou a adaptar-me progressivamente e com os golos a aparecerem vou sentir-me cada vez melhor», assegura.