Numa sexta-feira 13, na abertura da jornada 13, com a temperatura a rondar os 13 graus, havia tanta coisa para escrever sobre superstição, mas fiquemo-nos apenas pela fé. A fé que Sérgio Conceição terá tido que a sua equipa conseguiria aguentar um Marítimo em franca recuperação, com um dos ataques mais produtivos do campeonato, e uma sede enorme sede de pontos.

A fé também que o próprio Makelelé, autor do primeiro golo da noite, teve naquele momento mágico em que se estreou a marcar, tal como desejara no lançamento da partida. Coincidências, superstição, fé... um trio tantas vezes presente no futebol. 

A tudo a Briosa resistiu e, com o golo da ordem, que dá sempre pelo menos um ponto, lá saiu incólume da partida, apesar da desinspiração gritante da primeira parte, e do abdicar praticamente do ataque para defender a vantagem na segunda metade. 

Pelo menos até ao golo dos maritimistas, que foram claramente melhores, contra um conjunto estudantil que apenas procurou fazer pela vida, na noite da estreia da brazuca, a bola do próximo Mundial, agora também em uso em Portugal.

A Académica foi para o intervalo a vencer sem o merecer. Até então, o jogo tinha sido todo do Marítimo, que não conseguiu marcar, é certo, mas semeou o perigo amiudadas vezes junto da baliza de Ricardo.

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O guarda-redes da Briosa, tantas vezes elogiado nos últimos tempos, deu, até, o mote para o desacerto da turma da casa, com uma intervenção desastrosa que só não deu golo porque Marcelo reagiu de pronto. Mais tarde, num lance precedido de mão de Héldon, os maritimistas chegaram a introduzir a bola na baliza estudantil.

A Académica parecia perra de movimentos, com claras dificuldades em construir jogadas de ataque, e extremos inexistentes. Ao contrário, os verde-rubros foram ganhando confiança na partida e, com um trio endiabrado (Héldon, Derley e Sami), ameaçaram várias vezes o golo.

A diferença estava ai. Enquanto os insulares pareciam ter um plano de jogo concreto e definido, a equipa de Sérgio Conceição revela-se apática, falha em energia e agressividade. Tirando um remate acrobático de Fernando Alexandre, nada fazia prever o golo.

A premonição de Makelelé acabaria por ser mais forte: mesmo sobre o intervalo, após um canto da direita, Ivanildo faz a única coisa positiva antes de sair mais uma vez lesionado, com um centro tenso para a cabeça do brasileiro.

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Os estudantes já tinham sentido dificuldades nos cantos do Marítimo na primeira parte e continuaram sem encontrar antídoto face à envergadura dos centrais forasteiros, que conseguiam invariavelmente ganhar os lances. Só faltava a pontaria.

O jogo mudou de cariz, uma vez que agora os donos da casa não precisavam mais de correr para chegar à vantagem, mas antes conservá-la. Por isso, baixaram as linhas, cerraram fileiras, e ficaram à espera de apanhar o adversário desequilibrado.

Tantas vezes os insulares lá foram que, numa dessas oportunidades, Derley acertou por fim no alvo. Nova mudança no paradigma da partida. A Académica abriu um pouco, o Marítimo não se contentou com o empate.

A superioridade verde-rubra assentou-se, na tentativa de virar o resultado, mas era difícil entrar numa defesa fechada a sete chaves. Leoni também teve de voar para evitar o golo de Capela, que, a acontecer, teria pintado o resultados em tons de injustiça ainda mais carrega.