O novo treinador da Académica vai conhecer algo inédito na sua curta carreira: um jogo com um dos grandes. Numa abordagem desassombrada, José Guilherme tira todo o dramatismo à partida, que pretende desfrutar ao máximo, aconselhando os seus atletas a fazerem o mesmo.

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«Ansiedade?, já não tenho idade para isso... Claro que é especial. É como ir ao Mundial, jogar contra o Brasil ou a Espanha. O Benfica tem super jogadores, quase todos internacionais, um super treinador, é um super clube. É evidente que o primeiro jogo com um grande na carreira marca sempre um treinador mas quero fruir o ambiente, ver os jogadores a fazer o mesmo, e sentir aquele público todo a puxar por nós», afirma o técnico da Briosa.

José Guilherme reconhece, todavia, que os encarnados não são o melhor adversário nesta altura. Com pouco tempo para trabalhar a equipa, num mês de Janeiro cheio de jogos, e numa fase em que ainda está a tentar sarar as feridas dos 10 golos sofridos nas últimas duas partidas de Jorge Costa, outra goleada poderia deitar tudo a perder. Mas não na opinião do treinador:

«Não vai desmoralizar porque o que está em causa neste jogo são três pontos. Vamos fazer tudo para ganhar, se não o conseguirmos, tentaremos empatar, se também não for possível, perdemos. E perdemos o quê? Três pontos, ou melhor, deixamos de ganhar. Não vamos perder nada, não passamos de 19 para 16 ou 17 pontos. Não vamos perder nada», sublinha.

Esperar um super com letra minúscula

Do Benfica, só lhe saem palavras elogiosas, por entre a vontade de conseguir alguma coisa deste encontro: «Está em excelente momento de forma, os jogadores estão extremamente motivados devido a sequência de bons resultados, estão bem animicamente, e em termos de organização. Se estivessem um bocadinho pior, dava jeito mas vamos tentar dificultar-lhes a vida ao máximo, para lhes roubar pontos. Como? Esperando que haja uma super Académica. Vamos fazer tudo para isso. E tentar que este não seja o super Benfica ou então que o seja com s pequeno.»

De forma mais concreta, mas não querendo dar trunfos ao adversário, José Guilherme defende que as águias «têm algumas fragilidades», que a sua equipa «tentará explorar». «Vamos procurar bloquear essas possíveis dificuldades que nos vão colocar. Temos feito coisas muito positivas e vamos explorá-las ao máximo para ultrapassar o Benfica.»

Tradição é para quem está de fora

Vale o que vale, mas os encarnados não perdem em Coimbra há 37 anos. Como é da praxe, o treinador da Briosa desvaloriza o feito: «Não eram os mesmos jogadores. Estes, estão aqui há pouco tempo. Isso tem mais peso para quem está fora do que para nós. Trata-se de uma festa, de um jogo para nos divertirmos, um encontro único também para mostrarmos as nossas qualidades.»

Aquilo com que o Benfica poderá contar, como sempre, é com um adversário de ânimo redobrado, não só pela grandeza da partida, mas também por ter voltado às vitórias na última quarta-feira, para a Taça de Portugal: «Os jogadores estão mais alegres, motivados, mais libertos, e à vontade para jogar, o que é óptimo para encarar este jogo de forma mais positiva. De qualquer forma, é uma partida diferente, em que os jogadores estão motivados logo à partida.»