Esta é uma história de superação descoberta pela Globo no Brasil: uma criança de 11 anos, que nasceu sem pés, inspira-se em Messi para se superar. Dança capoeira, anda de bicicleta e joga futebol. Sobretudo joga futebol. É capitão de equipa e levou a escola a duas medalhas de ouro.

Mesmo com a má formação dos membros inferiores, que o fizeram nascer sem pés e com uma pernas muito fracas, o Gabriel faz simulações, pedala, dá toques por detrás da costas e uma série de habilidades que só se imaginavam ao alcance de quem nasce com pés. É craque, dizem os colegas.

«Quando o vi pela primeira vez, não acreditei. Pensei o que iria fazer com o garoto. Meti-o a treinar e ele surpreendeu. Faz coisas que eu, com os dois pés, não consigo fazer. Quando chegamos ao ginásio, falei para ele entrar e fazer o que sabia: arrasou. Deu banho de bola e marcou dois golos.»

As palavras são de Sérgio, treinador do miúdo. A partir daí colocou-o como líder de uma equipa de jovens mais velhos e bem maiores. O Gabriel não se intimida: luta, pede a bola, vai para cima de quem for preciso, dá toques de calcanhar e mete a bola pelo meio das pernas dos adversários.

Começou a jogar há um ano e já levou a escola a duas medalhas de ouro. «A gente até se esquece que ele é uma criança especial», diz Ronilda dos Santos, professora do miúdo. «Ele está sempre a jogar à bola ou a andar de bicicleta. Só para para comer e depois continua», revela a mãe Sandra.

Anda sempre descalço, como se andasse em bicos de pés. Corre muito e junta-lhe uma habilidade incomum. «Quando ele começou a jogar a bola em pequenino, a gente atirava para ele pedala, Robinho, pedala», diz a mãe, que explica também desta forma a superação do filho criança.

Grabriel, já se disse, inspira-se em Messi: o astro argentino também teve de se superar para ser um jogador de futebol. Teve um problema de crescimento, mas ultrapassou-o. O problema de Gabriel é maior, mas o menino brasileiro olha para o ídolo e imagina-se a fazer as mesmas coisas no Barça.

Nas brincadeiras de rua, onde corre descalço e sem ter dor, diz sempre que é o Messi. E imagina-se a jogar com a camisola dez. No Barcelona. «Quem me ensinou a jogar à bola? Ninguém. Aprendi sozinho», garante. «O meu sonho é sempre jogador de futebol do Barcelona. Ao lado do Messi.»