Pedro Contreras, o aventureiro. O antigo guarda-redes espanhol é um apaixonado por vela e embarcou na maior odisseia da sua vida. Seis mil quilómetros sobre as águas do Atlântico e um único objectivo: encontrar o árbitro assistente que no Mundial 2002 prejudicou gravemente a Espanha em partida frente à Coreia do Sul, nos quartos-de-final da prova.

Pois bem. Contreras contornou todos os obstáculos que se lhe opuseram e chegou à conversa com o senhor Michael Ragoonath em Trinidad e Tobago, conforme explica numa espécie de diário de bordo tecido para o jornal Marca.

Na fatídica partida, que acabou com as aspirações de Espanha no Mundial, Ragoonath invalidou erradamente dois golos à Armada Invencível. Contreras estava no banco de suplentes (o antigo guarda-redes do Málaga foi chamado a ocupar a vaga deixada em aberto por Cañizares, que se cortou com os estilhaços de um frasco de perfume) e nunca chegou a resolver a frustração. Até agora.

Segundo relata Contreras, a conversa com Ragoonath foi «franca e amigável». O árbitro caribenho reconheceu o erro, confidenciou que o lapso apressou o final da sua carreira e internacional e nomeou a Espanha «candidata número um ao Mundial 2010».

Dois erros incompreensíveis, com oito anos de vida, foram apaziguados numa conversa entre dois homens. A diplomacia ainda é a melhor das panaceias.

Recorde os «roubos» de Michael Ragoonath: