Frederico Varandas dirigiu-se aos adeptos, sócios, jogadores, treinador e também não esqueceu o «eterno rival», o Benfica, no discurso que que fez na homenagem promovida pela Câmara Municipal de Lisboa aos campeões de Portugal.

«A minha primeira palavra vai para o sócio e adepto do Sporting. No passado dia 5 deram uma demonstração exemplar de civismo, de bom comportamento e de amor pelo seu clube. É notável uma festa popular com milhares e milhares de pessoas e não ter havido sequer um desacato. Simplesmente admirável. E deixem-me destacar entre os milhares e milhares de pessoas, a presença de milhares de crianças e mulheres», começou por enunciar. 

A segunda palavra, foi para o Benfica. «A minha segunda palavra vai para o nosso eterno rival. Para vencermos este campeonato o nosso rival obrigou-nos a ter de bater todos os nossos recordes. Para um digno vencido…o nosso respeito e consideração», prosseguiu.

 O presidente dirigiu-se depois aos campeões. «A minha terceira palavra vai para este grupo de jogadores, equipa técnica e staff.  É preciso recuar mais de 70 anos na história do Sporting, à equipa dos 5 violinos, para encontrar uma verdadeira “máquina demolidora de futebol” como esta equipa. Estes leões demolidores bateram o recorde de pontos, recorde de vitórias e o recorde de golos marcados numa época. Muito obrigado por esta maravilhosa e inesquecível época. O mérito, a história e a glória é vossa», destacou.

 Um título que sucede ao de 2021. «Se a conquista do campeonato de há três anos foi de extrema importância, por ter acabado com o jejum de 19 anos, a conquista deste campeonato é para mim de ainda maior importância. É mais que um campeonato, é uma mudança de paradigma. É o fim de uma Era em que o Sporting vencia esporadicamente em intervalos de décadas. É a confirmação de uma nova Era onde o Sporting deixa de olhar para cima para ver os seus rivais e volta a ser estruturalmente forte, preparado para vencer e para…continuar a vencer», referiu.

 O presidente dos leões recordou ainda a invasão de Alcochete que marcou a história do clube há seis anos. «No futebol diz-se que não há memória, mas eu tenho. E nem é preciso muito esforço de memória para me lembrar o que era este clube há 6 anos. Lembro-me de em 2018 o clube estar numa guerra civil e eramos falados pelos piores motivos e por episódios de violência. Hoje somos falados e louvados por um comportamento exemplar numa festa de campeão com mais de cem mil pessoas na rua unidos exclusivamente pelo amor ao nosso Sporting», evocou.

 Frederico Varandas destacou depois as mudanças desde 2018. «Lembro-me em 2018 de o Sporting não ser campeão há um longo e um penoso jejum. Hoje acabámos de celebrar o 2.º campeonato desde essa altura e já vencemos mais outros 5 títulos só no futebol desde 2018. Lembro-me que em 2018 o clube detinha apenas 66 por cento da SAD e que em 2026 íamos perder a maioria do capital para os bancos. Hoje detemos 88 por cento da SAD e o Sporting é livre e dono do seu futuro. Lembro-me que em virtude dos acontecimentos de 2018 a SAD chegou a ter capitais próprios negativos de 23M. No último relatório semestral apresentámos capitais próprios positivos de 67M - o melhor de sempre», referiu, destacando ainda a subida do número de sócios de 80 mil em 2018, para «110 mil de um universo de 150 mil sócios».

 Uma evolução que se estendeu a todas as estruturas, incluindo o Estádio de Alvalade que também teve direito a uma referência curiosa. «Lembro-me que em 2018 fazíamos 5M euros em receitas de merchandising. Este ano vamos fazer 14M euros. Lembro-me que em 2018 o Sporting tinha um estádio feio com cadeiras esquisitas. Hoje temos um estádio cada vez mais bonito, mais verde, mais funcional e em 2026 sem fosso», acrescentou ainda.

 A fechar, Frederico Varandas manifestou ainda o desejo de regressar à Câmara dentro de uma semana, depois da Taça de Portugal. «Meu caro Presidente, muito obrigado por esta receção e espero voltar a vê-lo daqui a uma semana, pois domingo temos uma final e é para…vencê-los!», referiu ainda.